Como tem passado, moço? Faz tanto tempo que não nos falamos.
Pois é... Mudanças aconteceram e não vou mentir para você, porque não adiantaria. Você sabe, nem tudo é como a gente espera, até porque as mudanças não são das melhores, mas não é o fim do mundo. Não pode ser. Eu só não sei como dizer, moço, mas parece que quanto mais a gente espera por algo, mais distante esse algo fica.
Nunca entendi direito essa coisa de esperar as coisas acontecerem, até porque não podemos viver a vida dessa forma. Não dá para simplesmente sentar, cruzar os braços e esperar. Veja bem, quando eu era criança, esperava ganhar uma Barbie no meu aniversário e ao invés disso, eu ganhei roupas. Se tem uma coisa que aborrece toda criança em seu aniversário, é ganhar roupas como presente. As mães adoram, mas espera aí! Eu estava esperando ansiosamente pela minha Barbie Californiana que vinha com vários adereços!
Eu queria mostrar para todo mundo a minha boneca linda, mas infelizmente eu não a ganhei. Eu nunca disse isso para ninguém, porque eu seria muito idiota em contar para as minhas amiguinhas que eu iria ganhar a boneca em meu aniversário, quando na verdade, eu não ganhei. Com que cara eu diria que não ganhei nada? Andei pensando sobre isso esses dias e cheguei a conclusão de que isso parece ser um consenso universal sobre o fato de que ganhamos aquilo que merecemos, ou nem isso, para falar a verdade.
Hoje em dia eu espero muita coisa, moço. Espero sim porque eu não sou estúpida, eu preciso fazer planos, preciso esperar acontecer para conseguir entender se isso é bom ou ruim em qualquer possível decisão que eu precise tomar. Eu sou assim, não dá para mudar algo que eu carrego desde sempre. Não posso simplesmente ser impulsiva e entrar de cabeça em uma coisa que eu não faço ideia se será boa ou terrivelmente ruim para minha vida, entende? A questão não é arriscar, a questão é ser racional.
Vai dar certo? Tudo bem, vamos nessa. Não vai? Paciência, vamos seguir com o plano B.
A maioria das pessoas não age desse jeito e deve ser por isso que eu seja tão presa de certa forma. Eu admito. Sempre considerei demais as minhas possibilidades, moço. É uma espécie de auto-controle, pois não me sinto confortável em dar um passo maior do que a perna. Eu posso cair e me machucar feio e eu não quero carregar mais uma cicatriz. Eu não teria orgulho de contar a sua história, muito menos a falha tentativa que se esconde por trás dela.
Não me julgue mal, moço. Ninguém gosta de falhar e eu sei que isso é um problema para alguém como eu, porque precisamos arriscar em um determinado momento de nossas vidas, mas entenda... Eu somo minhas oportunidades e prefiro arriscar na hora certa.
Será que isso é tão errado assim? Parece que sim, pela maneira como as pessoas costumam agir quando tento falar sobre a ideia. Tenho uma admiração enorme por quem vai lá com a cara e a coragem de se jogar e arriscar tudo. Eu não quero julgar a coragem alheia e muito menos dizer quem é estúpido ou não, porque eu mesma posso ser estúpida com o meu jeito. Eu não sei se eu queria ser alguém assim, moço, porque eu gosto de ser como eu sou. A gente precisa se gostar não é mesmo? E é aí que está a diferença entre mim e o resto do mundo.
Eu me gosto. Mesmo com as minhas paranoias, minhas manias de pensar demais, minhas indecisões, meu jeito explosivo e incontrolável de ser. Gosto até da minha TPM. Da minha intolerância. Acho que tudo isso é o que me torna única de alguma forma e eu preciso ter orgulho disso. Não só preciso, como devo.
Então, por enquanto eu vou ficando aqui com as minhas lamurias e somando as minhas oportunidades. Eu chego lá, moço. Chego sim.
Não será nenhum problema chegar um pouquinho atrasada. Pressa é uma coisa que eu nunca tive quando se trata de fazer a decisão certa.
Yasmin Back
Faz tanto tempo que não bato boca com alguém e digo algumas verdades...
Faz tempo que eu não me sentia assim, tão puta da vida com gente que um dia fez grande parte da minha vida. O problema não é que eu esteja só com mágoas antigas. Eu também estou e o pior é que chegaram as novas mágoas também para fazer aquela mistura de emoções nada agradáveis.
Sabe o que é? É que tem muita gente filha da puta nesse mundo. E tem coisa pior do que descobrir filhadaputagem de gente que significou algo para você? Não, não tem, colega. Então, vamos logo ao assunto. Não preciso mais de "amizades" que não me acrescentam em nada a não ser o fato de alimentarem o meu estresse. Não preciso mais desse tipo de coisa que faz eu vir até aqui e fazer o meu primeiro post do ano sobre as merdas que algumas pessoas são capazes de fazer.
Eu me debati. Sério, gente. Não queria fazer o primeiro post com tanta revolta, mas digamos que é para isso que o blog serve. É para desabafar e se o meu ano começou com essas filhadaputagens, por que eu tenho que esconder? Que nada, vamos escancarar os fatos! Eu meio que sou uma pessoa de espécie rancorosa. Não vou mentir, eu guardo um tiquinho de rancor comigo, apesar de fazer um esforço danado para esquecer as coisas. Porém, não é como se tudo fosse sumir em um passe de mágica. Seria ótimo, mas não dá. Eu dou a volta por cima e dou a tão esperada e merecida segunda chance. Aguento, vou levando e então tudo parece estar de bem de novo.
Por um tempo. Um tempo que te faz crer que tudo pode mudar e ser diferente. Um tempo que te faz crer que as pessoas sabem o que fazem e que todo mundo erra, mas não persiste no erro. MENTIRA! Todo mundo persiste no erro e é aí que você se dá conta que errou junto ao pensar que tudo poderia ser diferente.
Eu sou uma pessoa de poucos amigos. Posso contar nos dedos ultimamente aqueles que poderiam dar uma volta no mundo junto comigo e sabe o que é mais engraçado nessa metáfora? É que todos são de outras cidades. E eu digo isso com todo orgulho do mundo. Eles fizeram mais parte da minha vida do que quem esteve perto de mim e que hoje, simplesmente, sumiu.
Eu erro, eu sou humana e não nego. É essa a condição de todo ser humano. Errar para então chegar a um acerto que eu procuro todos os dias da minha vida, mas acima de tudo, vou assumindo todos os meus defeitos. Não sou a pessoa mais amável do mundo. Nem a mais fácil de lidar. Sou ranzinza, um porre de gente de personalidade chata, mas não é como se eu fosse uma leprosa social. Hoje em dia eu não tenho muitos amigos dos quais eu posso contar. Alguns se afastaram e eu também me afastei, mas ao contrário disso tudo, algumas pessoas não parecem aceitar quando você resolve fazer algumas pequenas mudanças na sua vida.
É bom ter um amigo quando você se sente na merda, mas cadê esse amigo quando você está feliz e realizada? Tem algo errado nisso porque parece que tudo virou de cabeça para baixo. Por que tem que ser ao contrário? Virou uma condição universal se comportar como um idiota? Todo mundo se engana. A gente pensa que a pessoa é uma coisa, mas então a gente bate a cara no muro e descobre como as pessoas realmente são.
A gente deve se importar com quem caminha do nosso lado, e não com quem está na nossa frente ou atrás de nós. As pessoas são uma droga. São sim. É preciso ter paciência e se não tiver, mande para o inferno e continue caminhando porque é normal. É revoltante. É absurdamente inaceitável, mas não é o fim. Não é preciso ter que fingir indiferença e muito menos achar que é preciso usá-la. Fique puta como eu! Fique mesmo, porque é um direito de todo mundo. Porque não é assim bagunçado, não! A pessoa chega com tudo, fode com o nosso emocional, e depois fica por isso? Ah, que grande merda! Gostar de alguém é pedir para sofrer duplamente. Tanto por você, quanto pela pessoa.
Você faz de tudo, você se doa. Compartilha. Adota como se fosse da família e um dia, um belo dia, tudo evapora. Cadê todo o carinho, a dedicação? CADÊ A AMIZADE?
É muito desgastante ficar atrás das pessoas e nem todas são capazes de agradecer pelo que você é ou foi capaz de fazer por elas. Então aqui vai um recadinho:
Vai tomar no cu! Todo mundo erra! Ninguém é politicamente correto então tenha a decência de agir como ser humano e se olhe no espelho. Cresça! Questione-se porque eu posso ter sido uma vadia cretina que tenha te magoado, mas saiba que você não se salva de ser algo parecido também. Eu prefiro ser um porre de gente sem amigos do que ter você sugando a minha vida e o meu tão raro bom humor!
As pessoas fazem merdas daquelas quase impossíveis de esquecer e aí começam a te culpar pela própria incapacidade delas de enxergar o óbvio. Sério, eu não preciso dessas amizades. Eu preciso é de chocolate, muito chocolate. É, vale a pena lutar pelo chocolate. ♥
- Yasmin Back