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13.12.13

Do que reclamamos quando estamos felizes?

Não faz um ou dois dias que eu não apareço por aqui. Fazem meses, fazem quatro longos meses. Não quero me desculpar porque isso não faria a menor diferença para vocês, mas espero que entendam a partir do que irei dizer.

Venho já faz um tempo - talvez minha vida toda -  pensando em como eu sou capaz de enxergar as coisas como se fossem o fim do mundo. Eu demorei um tempo para perceber que eu era do tipo de pessoa que levava a vida a sério demais e acho que ainda sou um pouco assim, mas no meio desse caminho eu parei e respirei fundo. Percebi que algo estava errado e esse algo era eu.

Carrego dentro de mim esse desejo de querer controlar tudo a minha volta, de fazer tudo em sua perfeita ordem e tempo. Eu valorizo muito o tempo, valorizo todas as minhas oportunidades, minhas desvantagens, mas veja bem... O tempo eu jamais controlei, sempre o abracei. O tempo passa, é incontrolável. E o que a gente faz quando vê o tempo passando e a sensação de que estamos perdendo boa parte do que é supostamente destinado a nos fazer bem? Pois é.

Eu respirei fundo, lembra? Eu percebi tudo isso. Eu percebi que sou uma controladora de merda e que a partir disso algumas coisas precisavam mudar. Mudanças deviam acontecer e vocês bem sabem que eu nunca gostei delas, pelo simples fato de que elas me tiram da minha tão amada zona de conforto.

Algo estava errado e esse algo era eu. Não mudei inteiramente, até porque acho isso uma tarefa impossível, mas digamos que deixei minha vida tomar as mudanças necessárias para se viver em paz e eu aceitei ser carregada por ela para ver tudo se encaixar, para ver as peças grudando uma nas outras. Tudo fazendo sentido.

Dizem que a vida é isso que acontece quando você acorda e se entrega. Eu ando mais leve, mais feliz. Tão feliz que eu mal posso explicar como é que tudo isso faz sentido. Sinto tal sentimento pesando em meu peito, mas não é do tipo agonizante que é capaz de matar. Não, não, esse é do tipo que faz a gente perder o fôlego por breves segundos, soltar um suspiro ou outro, ficar meio abobado e simplesmente se dar conta de que a gente está vivendo aquela coisinha que passamos boa parte do tempo evitando: O amor.

Minha vida está cercada disso, juro que sim. Talvez seja por isso que eu ando sumida, talvez seja por isso que eu não tenho encontrado palavras para escrever por aqui. Vamos lá, vocês sabem... O amor não se descreve, ele é o que é para cada um e quando acontece, toma conta das nossa vida por inteiro, nos abre portas para tanta coisa boa...

Não se preocupe comigo. Eu mesma não ando preocupada, estou ciente de todos os meus riscos por estar amando. Já senti esse peso no peito antes, já sofri quando ele começou a me sufocar, mas nunca disse que ele não vale a pena. Esse peso, esse novo peso, ele não me sufoca. Ele me dá forças e me deixa mais forte. Ele me mostra que não preciso levar a vida tão a sério. Ele me segura forte pelos ombros quando estou ofegante e me lembra com carinho que eu sempre posso parar e respirar fundo. 

Minha vida anda mudando, meus planos também. Coisas novas estão acontecendo e meu bem... Quero mesmo que aconteça porque eu passei muito tempo fugindo do inevitável. Se for preciso eu paro, respiro e descubro o que é que há de errado... 

20.8.13

Talvez...

Talvez seja melhor falar. Talvez seja melhor gritar. Talvez seja melhor escrever. Talvez seja melhor esquecer.

Falar, gritar, escrever ou esquecer? É melhor viver na dúvida ou deixar acontecer? Talvez seja melhor escutar. Talvez seja melhor explicar, encontrar, voltar. Não! Voltar não dá, o tempo não deixa, o tempo não permite. Tudo mudou, não mudou?

Acho mesmo que a gente vive na dúvida ou apenas tenta viver numa boa. Nesse tempo aprendi a me entregar, deixar levar, sem parar para pensar muito. Não importa para o que seja, não importa o que tem sobre a mesa. Aquelas cartas, aquele jogo, já cansei. Deixei pra lá.

Encontrei outra brincadeira, aquela velha e conhecida de amar e ser amada. Você sabe como é, sabe como funciona. Até para se manter com o pé no chão é preciso andar. É preciso caminhar, explorar, se arriscar. Fazer o quê? Não sou eu que dita as regras do jogo. Não sou eu que diz que para recomeçar, devemos pelo menos levar alguns tombos no meio do caminho. Veja bem... Eu jamais disse que era um jogo limpo.

Se você tiver coragem, vai ver que vale muita coisa. A parte bacana é o mistério de não saber o que é que tem na próxima curva, mas é preciso acreditar se você quer chegar ao seu destino. Destino esse que apavora, arrepia os pelos do corpo. O destino deixa claro que nada do que fazemos na vida é em vão. Porém, do que adianta se arriscar se você não sabe ser sincero?

Dizem os mais velhos que nós precisamos acreditar mais em nós do que em qualquer outra pessoa. Ninguém se culpa por nada, mas todo mundo levanta, grita e aponta o dedo para o próximo. Olha, não foi ele, não foi ela, não foi você... Você sabe - e sabe muito bem - que, às vezes, não existem culpados. Às vezes, não deixam a culpa chegar para não sofrer com o peso que ela tem.

Veja bem, preste atenção. Falar, gritar, escrever ou esquecer? Voltar não dá, eu já te disse. O tempo não permite, mas revela os próximos caminhos, revela qual é a próxima fase. Tem gente que até já sabe, que pra chegar até lá é preciso não deixar rastros.

Tudo mudou, não mudou?

Mudou. Mas no que você se transformou?

24.6.13

Não seria eu.

Se não fosse a caixa de lembranças, as cartas guardadas, as roupas jogadas no sofá, o medo do escuro durante toda a infância, os problemas acumulados e as paranoias viciadas, não seria eu. Se não fosse a balada que eu não fui, as frases que eu não disse, as histórias que não contei, o meu HD danificado, as fotos que eu rasguei e depois me arrependi, não seria eu. Se não fosse todos os filmes e séries assistidos, todas as falas decoradas, todos livros lidos e as canecas colecionadas, se não fosse Olivia Wilde, Stana Katic e Hugh Laurie, de fato não seria eu. Se não fosse os tombos de bicicleta, o queixo ralado e o braço que nunca foi quebrado, as romãs, goiabas e mangas roubadas do quintal do vizinho, o quarto rosa que agora me incomoda, pela tatuagem da Sininho feita aos 14 anos porque fazia sentido, não seria eu. Se não fosse o fato do meu melhor amigo ter dado o meu primeiro beijo ou se eu ainda criança não tivesse noção do que estava fazendo, não seria eu. Se não fosse pelas mensagens não respondidas, por detestar falar no telefone, pela minha grande capacidade de me distrair com facilidade, não seria eu. Se não fossem os olhos que um dia minha mãe jurou que eram azuis e então ficaram castanhos, pelo cabelo cheio e ondulado, pelo tratamento de pele e hormônios incontroláveis da adolescência que me fizeram ser assim tão frustrada e dramática, não seria eu. Se não fosse pela sensibilidade, pela facilidade de me apaixonar, pelos corações partidos e amizades perdidas, pelas brigas e reconciliações, não seria eu. Se não fosse pelo "Eu te amo" dito na hora errada e para as pessoas erradas, pela mágoa, pelas merdas que escutei e pelo gosto azedo na alma, pelas unhas roídas e pela depressão que às vezes bate, não seria eu. Se não fosse pelos medos bobos, os pensamentos embaralhados, os sentimentos confundidos, o desespero antecipado e a afobação desnecessária, não seria eu. Se não fosse pela paixão por fotografia, a minha indecisão e insatisfação incompreendida, as palavras e intensões interpretadas de maneira errada, não seria eu. Se não fosse as roupas que não agradam minha mãe, pela preferência por tênis ao invés de salto, pelos brincos pequenos e a minha falta de vaidade, não seria eu. Se não fosse pelos palavrões, de fazer do meu sono algo sagrado, de procrastinar a vida e se aborrecer com bobagens, não seria eu. Se não fosse o perfeccionismo, a minha grande necessidade de ficar sozinha quando algo não dá certo, a minha mania de afastar as pessoas por causa da confusão emocional, não seria eu. Se não fosse pela vontade de viver a história do meu filme preferido, por todas as conversas montadas em minha cabeça, pelos meus shippers, pelas fanfics, pela A menina que roubava livros e de como boa parte da minha vida é absurdamente semelhante a algumas coisas que acontecem em Friends, Castle e House, não seria eu. Se não fosse pela minha família, pelas expectativas quebradas, pelas vontades e sonhos, não seria eu. Se não fosse pela primeira faculdade não concluída, pelos três anos e meio de curso de inglês, pelas amizades feitas em fandoms, por John Hughes não ter escrito e dirigido a minha vida, não seria eu. Se não fosse a minha memória seletiva, a minha obsessão por bisnaguinha, balas de yogurt, McDonald's e pelas dores de estômago por causa da cafeína, não seria eu. Se não fosse pela minha necessidade de escrever, se não fosse pelos meus muitos bloqueios e o meu vício na internet, não seria eu. Se eu não fosse pelo meu medo de mudanças, pelas incertezas da vida, se não gostasse de como as coisas são, do meu medo de crescer, por achar que ainda sou uma menina, de fato, não seria eu. Se não fosse por todas as vezes que dei a volta por cima, por encontrar a solução e rir para não chorar, pelas vezes que quis morar fora de mim, por todas as oportunidades perdidas, pela vontade de fugir para outro país, não seria eu. Se não fosse pelas viagens feitas, pelos banhos de mar para lavar a alma, pelas coisas observadas e pelas pessoas que deixo entrar na minha vida e por todas aquelas que expulso porque não valem a pena, não seria mesmo eu. 

9.5.13

Bolinhos de chuva.

Há dias que venho aqui, abro a página, encaro ela por alguns minutos e nada sai. Desisto de escrever. Carrego a impressão de que sempre me perco nas palavras. A ideia era bacana no começo, mas agora começou a me incomodar. Por que? Eu escrevo sempre sobre as mesmas coisas. Tanto indiretamente como diretamente. 

Os pensamentos ainda são os mesmos, um pouco disfarçados, um pouco mais coloridos. Meus dedos apenas seguem pressionando as teclas, colocando no fundo branco as letras que formam palavras pesadas que deixam tudo subentendido. Sinto essa audácia de contar, secretamente, o que há de errado comigo. Com a esperança de que alguém compreenda que não é fácil carregar tanto peso no coração quando sentimos demais.

Eu sou pequena, não consigo carregar mais do que os meus bracinhos conseguem aguentar. Imagine só meu coração, que de vez em quando infla feito um balão e me deixa na beira da morte com cada emoção. Elas trazem uma dor de cabeça nível bomba atômica que é tão inconveniente que tem o poder de testar a minha tolerância diante dos conflitos. 

As pessoas são estranhas quando estão com problemas. Meu pai é do tipo que acorda às 5h da manhã e faz bolinhos de chuva para distrair. Pude notar... Quando os bolinhos de chuva estão envolvidos, sei que a cabeça dele está explodindo feito a massa no óleo quente.

Nunca gostei de bolinhos de chuva. Deve ser esse o motivo. São problemáticos.

Eu sei que tem algo me incomodando e também sei que esse algo não tem nome. Também queria saber se esse algo vai ficar por muito tempo porque, ultimamente, venho sendo espancada por uma sensação de que não estou pronta para nada. 

O estranho é eu estar feliz e sorridente ao observar o mundo. Não é uma escolha própria, nem uma armadilha do destino. Me tornei o que eu sempre temia. Me tornei o tipo de pessoa que finge que nada acontece e que continua seguindo com passos rápidos. Eu assisto a cena enquanto ela acontece de uma maneira da qual eu nunca pude sequer imaginar. 

Torço para que ninguém pergunte qual é o meu problema porque eu não saberia o que responder. Apesar de tudo, serei sempre aquela que se revira por dentro até achar uma solução. Sinceramente, prefiro assim. Viver do avesso sem ninguém se metendo no que eu sinto ou deixo de sentir. Não quero ninguém tentando decifrar o que se passa na minha cabeça, pois sempre foi perceptível o quanto eu preciso de espaço, o quanto eu preciso estar dentro da minha própria bolha. Nunca serei capaz de controlar minhas reações, nem minhas emoções.

A vida não é simples e eu não espero que ela seja. Nunca antes da história dela eu me deparei com coisas que pudessem cruzar meu caminho e me manter indiferente por tanto tempo. A verdade é que eu sempre vou me sentir incomodada quando as coisas funcionam em perfeita ordem. Elas significam problemas. Elas significam bolinhos de chuva estourando no óleo quente às 5h da manhã.

O cheiro é maravilhoso, mas o sabor me embrulha o estômago.


30.3.13

How to make me happy.

Não é bacana quando as pessoas sabem exatamente como te fazer feliz? Como sabem exatamente como te arrancar um sorriso? Existe sempre aquele pânico de: "E agora, o que eu compro para ele/ela?". Sei que muita gente já passou e passa por isso, mas no meu caso não é muito difícil de me fazer sorrir com as bobagens que eu gosto. Quem me conhece sabe exatamente como me alegrar e três pessoas souberam me deixar fangirling loucamente...

Fangirling; Quando a falta de ar, desmaios, altos ruídos agudos, balançando a cabeça, agitando feroz, hiperventilação, blogspots intermináveis, dormir até tarde da noite, etc ocorre como uma reação à visão do objeto de afeição e / ou obsessão.


E então é isso. Sofro desses ataques de fangirl e acreditem... É um pior do que o outro. Vivo à beira da morte o tempo inteiro e isso não é bacana. 

Eu sou fã de várias coisas, amo várias séries e atores ao mesmo tempo, mas os que me conhecem sabem que tenho algo incontrolável por Olivia Wilde, Stana Katic, A menina que roubava livros, House e Zumbis. Não estou preparada para falar sobre House desde o fim da série, então vamos deixar esse papo de lado porque a saudade me consome todos os dias. Não é fácil conviver com o fim da minha série preferida... mimimi (8 MALDITOS ANOS, DAVID SHORE!)

Eu poderia passar horas falando sobre essas coisas, mas vocês com certeza possuem uma vida e eu não posso tomar todo o tempo de vocês, não é mesmo? 



Então vamos lá... Já faz um mês que o meu aniversário passou e então no dia seguinte dele, eu ganhei um dos presentes mais fofos do mundo. A minha amiga e leitora do blog, Gabriela, me deu essa caneca do livro "A menina que roubava livros" toda personalizada com o meu nome. Gabs mandou fazer essa coisinha linda especialmente pra mim, gente. 
Se eu dei uma ataque? Imagina. É só uma caneca do livro mais importante da minha vida.

Foi a Gabs que me deu a brilhante ideia de fazer esse post e eu sei que demorei bastante para fazê-lo, mas antes tarde do que nunca. Não pude deixar de compartilhar com vocês o presente lindo que ela me deu, pois ela soube exatamente juntar duas coisas em uma. Eu sou uma colecionadora de canecas e apaixonada por esse livro desde a primeira leitura... 




Outra fofinha que também soube como me agradar é a Niariane que eu conheço há anos. Ela também é leitora do blog e vive me cobrando posts como a Gabs. A Ni me deu essa caneca perfeita que tem uma foto da Stana e da Olivia em cada lado. Isso não é ter piedade de mim, porque o meu coração anda frágil e eu não pude me conter... No meio do estacionamento do shopping eu me peguei fangirling! 

Sobre a Olivia e a Stana? Bem, eu só queria agradecer os pais delas por fazerem sexo sem proteção, entende? Pois é....


E claro, eu não poderia me esquecer do presente que o meu Rudy (Jéssica) me deu. Eu sei que já faz um tempo que você me deu essa caneca, mas o post é sobre como vocês souberam me fazer feliz. 

Quando abri a caixa e vi que a Jéssica me deu uma caneca de zumbi, o coração pulou. Eu amo zumbis e há quem diga que esse amor é por modinha, mas dane-se. As pessoas que realmente importam sabem que eu tenho essa paixão bizarra há muitos anos. E o presente é tão perfeito que eu me identifico com o Zumbi nela que está correndo atrás da xicarazinha de café... Eu tenho problemas com cafeína. 

Bem... Meninas, eu queria agradecer vocês e eu sou péssima nisso, mas quero que saibam que eu fiquei extremamente feliz por saber o quanto sou querida por vocês a ponto de me presentearem desse jeito. Para algumas pessoas isso não é nada, mas acreditem...Isso significou muito. Eu amo cada uma de vocês de um jeitinho especial e eu não vou esquecer jamais esse carinho. Muito obrigada mesmo, minhas bonitinhas.♥ 

Não é muito difícil você encontrar o presente certo para as pessoas. O segredo é prestar atenção nas coisas que elas tanto gostam e falam a respeito. É claro que nem todas as pessoas são assim, mas o segredo é observar e fazer a escolha perfeita para arrancar um sorriso de alegria. Muitas delas falam que ganhar presente é uma maravilha, mas eu discordo. Acho que presentear alguém é ainda melhor, porque você quer ver a pessoa contente com o que você escolheu para ela. A reação é a melhor parte. Um friosinho na barriga por causa do mistério e insegurança... E acho que eu não quebrei nenhuma expectativa em relação às minhas amigas que acertaram em cheio.

16.3.13

A vida inteira em 90 anos.

Gostaria de dizer que consigo escrever quando quero, mas isso não é verdade. Escrevo quando preciso, escrevo quando tenho que expulsar palavras e pensamentos clichês dentro de mim. Acho que tudo depende do meu humor, tudo depende de como ando levando minha vida. Então vamos apenas ignorar os 4 textos que eu tentei escrever ontem e não consegui terminar por motivos de: Eu não tinha nada para contar. 

Mas agora eu tenho. 

Eu acabei de acordar por causa de um sonho maluco que tive essa noite e gostaria de provar isso para vocês, mas eu apenas posso dizer que estou sentada na frente do computador, observando a fumaça forte do café saindo da caneca, vendo o tempo passar enquanto tento encontrar as palavras certas para escrever esse texto. Porque ele precisa ser sincero, talvez o mais sincero que eu já tenha feito em toda minha vida. Acho que minhas emoções estão tão a flor da pele que eu não sei se conseguirei colocá-las em palavras bonitas e blá blá blás intermináveis... 

Eu apenas preciso contar.

Completei 20 anos e achei que tinha chegado a hora de observar tudo e todos de outro lado. De outra forma. Gostaria de entender como é que isso funciona... Comemoramos o dia em que nascemos ou o dia que nos leva para mais próximo da Morte? Eu não procuro muitas respostas.

Depois que li "A menina que roubava livros" e fiz desse livro o meu favorito, eu procuro pensar na Morte como uma amiga. Procuro acreditar que aquela Morte de Markus Zusak é gentil e que devemos aceitá-la de bom grado. Prefiro acreditar que ela não carrega uma foice, que usa apenas um manto preto com capuz quando faz frio. E também não acho que a Morte tem feições de caveira, mas que ela está exatamente no que vemos no espelho quando paramos em frente a ele. Acho que a Morte é o tempo disfarçado.

Como disse, tive um sonho maluco essa noite. Talvez o sonho mais lindo e mais triste que já tive na vida... Começou como qualquer outro sonho, meio sem pé e nem cabeça, mas que logo tomou rumo. Eu me encontrava em um lugar enorme e desconhecido até então. Era escuro em muitas partes e suspeito que seja uma igreja. De alguma forma, eu estava morrendo de câncer cerebral e queria apenas correr para todos os lados vestida em um biquini (dentro de uma igreja, oi?) brincando com uma criança que eu não reconheci, mas que era a criança mais linda que eu já vi em toda minha vida. Ele devia ter aproximadamente uns 3 anos de idade, de cabelos loiros de corte tigelinha. Lembro que ele era inquieto com uma risada tão forte e contagiante que me fazia rir descontroladamente como se isso pudesse me curar. As nossas risadas ecoavam enquanto corríamos.

Eu corria para todos os lados como se eu não estivesse sofrendo. Minha melhor amiga e minha tia tentavam me conter, até que em algum momento elas conseguiram me parar e minha melhor amiga  segurou forte no meu braço e disse: "Pê, você precisa parar de correr, você precisa descansar e se preparar." E eu apenas respondi: "Aff! Morrer não dói! Me deixa brincar." E acordei com essa necessidade de escrever a respeito. Não é um sonho que faz muito sentido e fugiria da regra dos sonhos se fizesse, mas confesso que ele me deixou intrigada...

Por que? Bem, a minha bisavó está morrendo. Com 90 anos ela está diagnosticada com Leucemia. Talvez seja esse o motivo de eu ter tido esse sonho ou o meu inconsciente apenas estava tentando me dizer que eu vou perdê-la e que eu preciso me preparar. Minha bisavó é a pessoa mais linda do mundo. É o ser humano mais puro que eu já conheci. Me sinto orgulhosa de dizer para as pessoas que eu a tenho e que é extraordinário alguém estar lúcido e consciente de tudo nessa idade. Sei que ela não é eterna e que ela vai morrer a qualquer momento agora devido a doença. O tratamento é forte e ela não merece nem um pingo de sofrimento. 

Minha bisavó aceitou a Morte de bom grado e acho que ela será do tipo de pessoa que estará de pé quando ela chegar, porque são raras as pessoas que a recebem dessa forma. Com toda a cordialidade a Morte vai se erguer sobre ela e a levará, deixando apenas a saudade. Minha bisinha viveu demais, comemorou 90 aniversários. Teve apenas 1 marido, 18 filhos e tantos netos, bisnetos e tataranetos que até perdemos a conta. Ela vai embora e vai deixar os valores mais importantes com a gente. 

Boa parte da minha família está passando pelos 5 estágios da morte do modelo de Kübler-Ross. Negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Acho que sou a única que chegou facilmente na aceitação e não acho que sou insensível. Eu a amo demais e vou carregar essa saudade até o fim dos meus dias, mas eu entendo. Eu entendo que tudo tem o seu tempo nesse mundo e que eu não sou Deus para determinar quem deve ficar e quem deve partir. 

"Dying is easy, living is hard."


A ultima coisa que eu disse no sonho foi: "Eu gostaria de voltar..." Não sei o que isso significa, não sei se isso é apenas a resposta para alguma coisa que me perguntaram. Eu não consigo me lembrar, mas posso dizer que eu gostaria de voltar para ter mais tempo... Gostaria de poder ter mais momentos com ela, de morar mais perto, de aprender a gostar do cuscuz com leite e manteiga que só ela sabe fazer... Gostaria de não fazer esse texto.

Minha bisinha ainda não morreu e eu não quero prever nada, mas estou preparada e pronta para o que Deus decidir. Os dias correm, o tempo não vai parar. E eu quero apenas me lembrar das coisas maravilhosas que ela me ensinou. 

Eu já fui tanta coisa nesses 20 anos e acho que ainda serei muitas coisas nos próximos anos que me levarão para mais perto da Morte. E se me levarem para perto dela, quero ser metade do que minha bisavó conseguiu ser. Quero a vida inteira em 90 anos.


I want you to live forever. ♥

5.2.13

Traço 318.

Eu não costumo postar textos ou trechos que não são de minha autoria, mas quando faço isso é porque eu realmente gostei da escrita e também porque me identifico. E passando pelos tantos blogs que existem por essa gigantesca internet, encontrei um que pode ser significativo na vida de algumas pessoas. Talvez vocês se identifiquem ou talvez eu possa estar enganada, o que é algo bem natural em relação a mim.

Encontrei ele no blog "traço a traço", que de fato eu confesso que já devorei a maioria dos escritos que foram postados por lá. Vale a pena conferir, eu garanto. O trecho não tem nome, mas no blog está como Traço 318, então resolvi não alterar absolutamente nada.

"Antes que você cresça, você deve se apaixonar por três vezes. Depois, você deve cair no amor com seu melhor amigo, arruinando sua amizade para sempre; Isso vai lhe ensinar quais são seus verdadeiros amigos. Uma vez você deve se apaixonar por alguém que você acredita ser perfeito. Você vai aprender que não é perfeito, e uma vez, que você nunca deve ser tratado como qualquer coisa menos do que você merece. E uma vez, você deve se apaixonar por alguém que é exatamente como você. Isso vai lhe ensinar sobre os que você magoou, e os que você feriu são os que mais precisam de você. Mas acima de tudo, você aprende que o amor é apenas um conceito e não é algo que pode ser definido, é diferente para cada pessoa na terra, sabendo que todo mundo só quer ser amado." ♥

3.2.13

Sem nome.

Eu me lembro de ter prometido a mim mesma que eu jamais procuraria qualquer motivo para pensar nessas coisas outra vez. Acho que cheguei a prometer também que não pensaria mais em você e nem deixaria as pessoas saberem que você me afeta. Porque acabou e dizem que quando acaba é pra valer. Deve ser assim que funciona, mas vou confessar que comigo as coisas demoram um pouquinho para acontecer.

Eu sofro de coisas e essas coisas são cruéis. Eu penso nelas diariamente, porque são as que eu mais sinto falta e é algo me ocorre o tempo todo. É apenas uma maneira de dizer que não deu tempo de consertar o esfolado dos meus tantos sentimentos causados pela perda. Não entenda isso como uma recaída porque eu sou forte. Eu entendo que algumas coisas precisam ser deixadas de lado para se viver bem. Eu sou mais forte do que eu aparento ser porque eu aprendi a respirar fundo e manter a calma, mas eu não aprendi a esquecer.

Não me leve a mal. Eu vivo minha vida de forma dramática porque eu sinto demais, eu vejo demais e eu penso demais. É uma combinação de merda e acredite... Eu gostaria de ser mais porra louca inconsequente para ver se você ainda sabe que eu existo e que eu sinto falta. Não necessariamente de você, mas do que tínhamos. 

Não tenho problema em admitir... Eu passo boa parte da minha vida sentindo falta de um bocado de coisas porque são importantes para quem eu sou. Elas me definem. 

Sinto falta de cada sorriso, cada risada. Sinto falta do tempo em que sentávamos para falar de coisas sérias, para expor nossas ideias e teorias que eram impressionantemente parecidas. Sinto falta de discutir e quebrar a cabeça para não perder os argumentos porque eu bem lembro que você tinha certa habilidade com isso. 

Sinto falta das nossas brigas que eram cercadas de orgulho, mas que no final tudo acabava bem. Sinto falta de ter algo importante para falar. Sinto falta de ter um papo inteligente porque essas coisas são fundamentais na vida de qualquer pessoa, na minha principalmente. Sinto falta daquela sua energia que era ótima quando eu precisava fazer tudo ou nada. Sinto falta do seu esforço de não mostrar a sua perda de paciência.

Sinto falta dos medos que compartilhávamos. Sinto falta das suas piadas e do seu jeito engraçado porque você sabia o quanto eu eu gosto de pessoas que me fazem rir. Sinto falta dos segredos e da intimidade. Sinto falta do seu senso de humor errado. Sinto falta de como você me explicava algo que eu não entendia e de como você me contava as suas histórias. Algumas eram engraçadas, outras sérias e outras irrelevantes, mas eu juro... Eu amava as suas histórias porque boa parte delas eu me encaixava, boa parte delas fazia eu me sentir conectada. 

E eu sinto falta, principalmente, de como nunca ficávamos em silêncio. Nunca existiu qualquer silêncio entre nós porque a conversa sempre rendia e é isso que eu sinto falta. Eu sinto falta da sua perfeita companhia, da sua inteligência que espantava qualquer silêncio.

Tínhamos algo que ninguém compreendia e eu não sei ao certo se existe algum nome para o que nos envolvia. Porque meu bem, você levou tudo isso e me deixou no silêncio que sempre temíamos. Fez um buraquinho sem vergonha que eu sinceramente não acho que será preenchido.