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16.1.12

Be you. Find you. Be happy with that.

Como tem passado, moço? Faz tanto tempo que não nos falamos.


Pois é... Mudanças aconteceram e não vou mentir para você, porque não adiantaria. Você sabe, nem tudo é como a gente espera, até porque as mudanças não são das melhores, mas não é o fim do mundo. Não pode ser. Eu só não sei como dizer, moço, mas parece que quanto mais a gente espera por algo, mais distante esse algo fica.


Nunca entendi direito essa coisa de esperar as coisas acontecerem, até porque não podemos viver a vida dessa forma. Não dá para simplesmente sentar, cruzar os braços e esperar. Veja bem, quando eu era criança, esperava ganhar uma Barbie no meu aniversário e ao invés disso, eu ganhei roupas. Se tem uma coisa que aborrece toda criança em seu aniversário, é ganhar roupas como presente. As mães adoram, mas espera aí! Eu estava esperando ansiosamente pela minha Barbie Californiana que vinha com vários adereços! 


Eu queria mostrar para todo mundo a minha boneca linda, mas infelizmente eu não a ganhei. Eu nunca disse isso para ninguém, porque eu seria muito idiota em contar para as minhas amiguinhas que eu iria ganhar a boneca em meu aniversário, quando na verdade, eu não ganhei. Com que cara eu diria que não ganhei nada?  Andei pensando sobre isso esses dias e cheguei a conclusão de que isso parece ser um consenso universal sobre o fato de que ganhamos aquilo que merecemos, ou nem isso, para falar a verdade.


Hoje em dia eu espero muita coisa, moço. Espero sim porque eu não sou estúpida, eu preciso fazer planos, preciso esperar acontecer para conseguir entender se isso é bom ou ruim em qualquer possível decisão que eu precise tomar. Eu sou assim, não dá para mudar algo que eu carrego desde sempre. Não posso simplesmente ser impulsiva e entrar de cabeça em uma coisa que eu não faço ideia se será boa ou terrivelmente ruim para  minha vida, entende? A questão não é arriscar, a questão é ser racional.


Vai dar certo? Tudo bem, vamos nessa. Não vai? Paciência, vamos seguir com o plano B.
A maioria das pessoas não age desse jeito e deve ser por isso que eu seja tão presa de certa forma. Eu admito. Sempre considerei demais as minhas possibilidades, moço. É uma espécie de auto-controle, pois não me sinto confortável em dar um passo maior do que a perna. Eu posso cair e me machucar feio e eu não quero carregar mais uma cicatriz. Eu não teria orgulho de contar a sua história, muito menos a falha tentativa que se esconde por trás dela.


Não me julgue mal, moço. Ninguém gosta de falhar e eu sei que isso é um problema para alguém como eu, porque precisamos arriscar em um determinado momento de nossas vidas, mas entenda... Eu somo minhas oportunidades e prefiro arriscar na hora certa. 


Será que isso é tão errado assim? Parece que sim, pela maneira como as pessoas costumam agir quando tento falar sobre a ideia. Tenho uma admiração enorme por quem vai lá com a cara e a coragem de se jogar e arriscar tudo.  Eu não quero julgar a coragem alheia e muito menos dizer quem é estúpido ou não, porque eu mesma posso ser estúpida com o meu jeito. Eu não sei se eu queria ser alguém assim, moço, porque eu gosto de ser como eu sou. A gente precisa se gostar não é mesmo? E é aí que está a diferença entre mim e o resto do mundo.


Eu me gosto. Mesmo com as minhas paranoias, minhas manias de pensar demais, minhas indecisões, meu jeito explosivo e incontrolável de ser. Gosto até da minha TPM. Da minha intolerância. Acho que tudo isso é o que me torna única de alguma forma e eu preciso ter orgulho disso. Não só preciso, como devo.


Então, por enquanto eu vou ficando aqui com as minhas lamurias e somando as minhas oportunidades. Eu chego lá, moço. Chego sim.
Não será nenhum problema chegar um pouquinho atrasada. Pressa é uma coisa que eu nunca tive quando se trata de fazer a decisão certa.


Yasmin Back



3 comentários:

  1. "Eu me gosto. Mesmo com as minhas paranoias, minhas manias de pensar demais, minhas indecisões, meu jeito explosivo e incontrolável de ser. Gosto até da minha TPM. Da minha intolerância. Acho que tudo isso é o que me torna única de alguma forma e eu preciso ter orgulho disso. Não só preciso, como devo."

    Você me descreveu.
    Yasmin, adorei a forma como joga com as palavras e amei seu blog. Lindo! Sem contar a referência que o título dele faz a um dos meus livros preferidos. Coracionei.

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  2. Yas, parabéns pelo blog lindo que cê tem e por esse dom de domar as palavras.

    Forte abraço.

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