Eu poderia terminar o ano sem falar do natal, mas que espécie de pessoa eu seria se não comentasse sobre ele nem que fosse um tiquinho?Eu já disse no meu twitter que adoro e ao mesmo tempo odeio o natal, porque na verdade ele é simplesmente tudo, menos o que supostamente deveria ser.
Que espécie de natal é esse que não possui neve para fazer um bonéco e nem uma lareira quentinha para assar marshmallows ou chocolate quente para tomar perto da árvore de natal? E cadê o bom velhinho que desce pela chaminé? E meu Deus! Sumiram com a chaminé!
Eu não tenho muito a acrescentar sobre isso, porque o meu natal nunca foi dos melhores e duvido muito que isso mude, porque natal é natal em qualquer lugar independente da cultura.
Quem vê eu falando assim, pensa que eu sou uma revoltada, uma espécie de Grinch ou só mais uma que só sabe reclamar do natal, mas gente espera aí... Não é isso não. É só que essa data é um pouquinho forçada, talvez mais do que as outras, e existe uma espécie de harmonia tão falsa no ar que só dura pelo menos um mês. Chega o ano novo, cadê a bondade? A solidariedade e aquele amor incondicional que todo mundo cultivou por um mês inteiro? É complicado porque Dezembro, querendo ou não, sempre virá repleto de musicas irritantes e pessoas que são forçadamente bondosas demais. E acho que todo mundo possui um pouquinho de Grinch dentro de si, que aliás é um dos meus filmes preferidos.
Mas sem querer ser a vadia da história que só sabe falar mal da época do bom velhinho, o natal tem o seu lado bom também. Como por exemplo, aquela época em que a família toda se junta e você acaba revendo algumas pessoas ou conhecendo algumas que você nem fazia ideia de que poderia ser o seu parente. Como aquela tia distante que sempre vem com o famoso e habitual clichê de dizer que te viu de fraldas. É terrível, mas são esses tipos de coisas que nos fazem rir. Tem também aquele primo distante que é muito chato e que você tem vontade de socar, mas que um dia, de alguma maneira, cultivou um pequeno amor quando vocês eram crianças. E a parte mais legal do natal são os presentes. Sim, os presentes.
Todos, absolutamente todos, esperam por um presente nessa época do ano. É a tradição receber alguma lembrancinha e é por isso que todo mundo fica se acotovelando, se empurrando e enchendo shoppings nessa época do ano para adquirir o que poderia ser adquirido em novembro ou até mesmo setembro, mas o ser humano é uma criatura desajeitada e sempre deixa tudo para a ultima hora. De qualquer maneira, ganhar presentes é bom e é claro que eu fico na espera do meu todos os anos. É como se o natal tivesse a desculpa perfeita para você pedir o que você quisesse, entende? "Eu quero um presente, porque é natal e isso me dá no direito de ganhar um!" Nem somos tão consumistas assim, é só um ponto de vista mesmo.
Lembro-me do natal de 2009 em que passei assistindo junto com meus pais e minha melhor amiga tributo ao Michael Jackson, acreditem. Eu amo Michael Jackson, mas mesmo assim foi de longe o pior natal e ao mesmo tempo o melhor natal que eu tive. Por que? Bem, na hora foi uma merda estar em casa sem poder comemorar devidamente, mas depois se tornou algo engraçado porque não estávamos fazendo algo clichê como todo mundo e sim algo estúpido e diferente. E para falar a verdade, foi muito divertido e sempre irei me lembrar desse dia como sendo o pior/melhor natal que poderia ter.
Então bonitos, amem o natal e odeie ele também, porque ele possui os dois lados. Quando chegar o próximo ano e o seu natal for uma merda, pelo menos você vai se sentir bem em saber que nem sempre ele será perfeito, mas que um dia você poderá dizer que já teve a experiência de um péssimo e memorável natal.
A questão é que, talvez, a data não tenha nenhuma culpa. A culpa pode estar em nós, quem vai dizer?
Yasmin Back